Cognoscência
Sou a platéia que o teatro não viu
E contemplando fui brilho
O silêncio por quem não sorriu.
Cadeiras vazias... eu era ele!
Mas, quem dera fosse!
Sou um complexo multicultural
Repleto de vida e pouco Original:
Pessoa latente, Neruda gritante
O meu pai em seu dia mais sorridente
Aquilo de Drummond e Dante
O meu pequeno Irmão de coração gigante.
Sou você, nunca sou eu puramente
E nesta razão de pessoas em mim
Não busco outra coisa senão a mim.
Aquele que sabe realmente o que é
Talvez, nunca tenha se encontrado
Realmente!
Somos meros símbolos na transcrição do mundo
A palavra é coisa humana
Deus habita o silêncio.
E ainda, que sou?!
Alguém Lançarott...
Fui a lança com a qual me abriram o peito
Da dor que sinto não choro
Faço apenas trejeito.
Sou artista, sou a arte
Sou ardor e cognição
Ser homem é nunca ser totalmente
Ser arte é ser mera contemplação.
No teatro ele canta
No canto ele sabe
No saber se arrelia
Se a palavra é coisa humana
Eis a grande ironia, nossa limitação:
Pois somos filhos de nossa própria criação.