REEDITANDO ESTE POEMA DE 2007 PARA INTERAGIR COM O JORGE LUIZ S. ALVES E SUA EXCELENTE CRÔNICA
A FILHA DE CHIQUTA BACANA (GERMANINHA)
-Uma forma de denunciar o abuso de poder, com histórias de vitoriosas meninas em duas realidades -
VAQUINHA MANSA
...e este curral tem fortes trancas, mas a presa indômita, selvagem potranca, ou vaquinha mansa, ou moça-criança, um dia se ergue nas patas, ou sobe às tamancas e a tudo arranca, quando mais nada há a perder. O corpo em rebeldia se agiganta e rompe as grades de sua prisão...
Ela se mandou desgovernada
e não quis ouvir nenhum conselho,
nem se submeteu ao relho.
E o velho que a queria escrava pra seu desfrute,
ficou gritando com o laço na mão,
a correr patético pelo campo afora.
E agora, quem irá alimentar sua ganância
e seu desejo mórbido?
Este velho safado, encarniçado,
"vá tomar leite de seringueira!"
e, se duvidar, vai agora mesmo
outra bobinha engambelar,
pegar pra criar, dar casa e comida
em troca de tudo,
em troca de carne e sangue, leite fresco!
Oh velho safado, endemoniado,
constrói suas cercas de lodo e de fel,
se esconde nos estábulos e come pão dormido
e roga praga aos ventos e às flores,
eita esses senhores de sanha guardada
em cofres lacrados,baús recheados de ouro e solidão.
Vai-te com teus demônios que essa vaquinha não te pertence mais,
já não pasta na tua mão, seu ladrão!
Que esta que se foi abanando em preto e branco de pêlo macio,
agora estará pelos campos
liberta e cheia de vida,
bem longe dos teus domínios.
Babe agora, velho babão!
Vá se ferrar, seu Elesbão!
A FILHA DE CHIQUTA BACANA (GERMANINHA)
-Uma forma de denunciar o abuso de poder, com histórias de vitoriosas meninas em duas realidades -
VAQUINHA MANSA
...e este curral tem fortes trancas, mas a presa indômita, selvagem potranca, ou vaquinha mansa, ou moça-criança, um dia se ergue nas patas, ou sobe às tamancas e a tudo arranca, quando mais nada há a perder. O corpo em rebeldia se agiganta e rompe as grades de sua prisão...
Ela se mandou desgovernada
e não quis ouvir nenhum conselho,
nem se submeteu ao relho.
E o velho que a queria escrava pra seu desfrute,
ficou gritando com o laço na mão,
a correr patético pelo campo afora.
E agora, quem irá alimentar sua ganância
e seu desejo mórbido?
Este velho safado, encarniçado,
"vá tomar leite de seringueira!"
e, se duvidar, vai agora mesmo
outra bobinha engambelar,
pegar pra criar, dar casa e comida
em troca de tudo,
em troca de carne e sangue, leite fresco!
Oh velho safado, endemoniado,
constrói suas cercas de lodo e de fel,
se esconde nos estábulos e come pão dormido
e roga praga aos ventos e às flores,
eita esses senhores de sanha guardada
em cofres lacrados,baús recheados de ouro e solidão.
Vai-te com teus demônios que essa vaquinha não te pertence mais,
já não pasta na tua mão, seu ladrão!
Que esta que se foi abanando em preto e branco de pêlo macio,
agora estará pelos campos
liberta e cheia de vida,
bem longe dos teus domínios.
Babe agora, velho babão!
Vá se ferrar, seu Elesbão!