POBRE DO HOMEM

Pobre do homem mau e insensível

Que vive a desdenhar da supremacia divina,

Que não afasta do seu coração o egoísmo

E o ódio, e que por nada, outro, assassina.

Pobre do homem que não reparte seu pão

Com o seu semelhante que esmola na calçada,

Que não possui uma centelha de humildade,

Que caçoa de tudo e diz que o amor não é nada.

Pobre do homem que atua iniquamente,

Atirando a primeira pedra, tendo pecado,

Que não sabe dizer sim, só sabe dizer não,

Que diz que anda certo, andando errado.

Pobre do homem que acumula riquezas,

Pensando, exclusivamente, no seu bem-estar,

Que não move um dedo nem faz um gesto

Para outro homem que não tem onde morar.

Pobre do homem que usa a religião

Como um colete à prova de bala,

Que, interiormente, dos outros se desfaz,

Depois sorri dizendo que nada o abala.

Pobre do homem que prega o bem

Num instante, e noutro, prega o mal,

Que tudo tem para buscar a verdade,

Mas a mentira é o seu prato principal.

Antoniomar Lima
Enviado por Antoniomar Lima em 13/08/2010
Reeditado em 14/08/2010
Código do texto: T2436627
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