POBRE DO HOMEM
Pobre do homem mau e insensível
Que vive a desdenhar da supremacia divina,
Que não afasta do seu coração o egoísmo
E o ódio, e que por nada, outro, assassina.
Pobre do homem que não reparte seu pão
Com o seu semelhante que esmola na calçada,
Que não possui uma centelha de humildade,
Que caçoa de tudo e diz que o amor não é nada.
Pobre do homem que atua iniquamente,
Atirando a primeira pedra, tendo pecado,
Que não sabe dizer sim, só sabe dizer não,
Que diz que anda certo, andando errado.
Pobre do homem que acumula riquezas,
Pensando, exclusivamente, no seu bem-estar,
Que não move um dedo nem faz um gesto
Para outro homem que não tem onde morar.
Pobre do homem que usa a religião
Como um colete à prova de bala,
Que, interiormente, dos outros se desfaz,
Depois sorri dizendo que nada o abala.
Pobre do homem que prega o bem
Num instante, e noutro, prega o mal,
Que tudo tem para buscar a verdade,
Mas a mentira é o seu prato principal.