Dom Maldito...

Meu olhar encerra,

O formoso eterno instante,

Não possuo nenhum deleito.

Do Infinito é o acaso,

E as simples gotas que incidem,

Não me águam...

Isento de desejo,

Caminho, percorro, vago...

Por antigos vales,

De ventos errantes,

Meus olhos as margens,

Descem precipícios,

Entre obscuros perfumes,

Minhas mãos tocam as doces liras,

E em meus dedos sua melodia morre,

Nas rosas meu beijo louco,

Despenca todas as suas pétalas escarlates,

As águas claras,

Ao inebriá-las,

Diluem suas não cores,

Ao tentar sentir as folhas,

Todas as árvores ficam nuas,

Sinto ter o Dom,

De matar as coisas mais vivas...

Diego Martins
Enviado por Diego Martins em 13/08/2010
Código do texto: T2434937
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