RESSENTIMENTOS


Os sentimentos desaprenderam tudo de mim
E de mim se desprenderam todos tão em vão
Seguimos agora apartados de estranhamento
Desaprenderam o meu rosto e o meu nome
O significado tão íntimo daquele meu olhar
E até as minhas palavras mais oportunas
Desaprenderam até meu precioso silêncio
A saudade, a tristeza, a angústia, a solidão
Desaprenderam o toque de minhas mãos
As cores vivas e belas dos meus sonhos
E muito mais do que eu ainda nem fui
Os sentimentos acharam de desaprender
O meu sorriso e a face da minha satisfação
A minha mais sincera exclamação de gozo
E todo o meu espanto com todo o encanto
Desaprenderam essa minha vontade de rio
Essa ânsia singela quase infinita de vento
A emoção encantada e mágica do momento
E desaprenderam toda a eternidade em mim
Num instante pairando no abismo do tempo
E esses ressentimentos tão insuportáveis
De mim não vão aprender nada, mais nada
Quando todos os sentimentos aprenderem
E não desaprenderem em mim o nunca mais


(Poesia On Line, em 13/08/2010)
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 13/08/2010
Reeditado em 05/08/2021
Código do texto: T2434904
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