Era uma tarde de voltar para casa
Uma estrada assim tão conhecida
Conhecedora de minhas saudades
De voltar para nenhum aconchego
E era de misturar-me à paisagem
Deixando toda essa minha saudade
Marcada nas folhas de cada árvore
Era uma tarde de dar gosto de olhar
Com toda a plenitude de tanto ver
De saber mais nada de horizontes
Era uma tarde de olhos cansados
De olhares perdidos nas distâncias
Que terminam e sempre recomeçam
E que se antes eram só no espaço
Dão de ser agora também no tempo
E tão ressentidas de esquecimentos
Como tão pobres são de lembranças

Era uma tarde de tudo assim, ido
Era uma tarde assim de mais nada
Era uma tarde assim de nunca mais

Uma tarde que morre no anoitecer
Anoitecer que morre na madrugada
Madrugada a morrer no amanhecer
Na manhã que morre sem se perceber
Que a felicidade era a tarde que morria
Quando era mesmo preciso anoitecer...


(Poesia On Line, Rodovia Washington Luís,
km 420, em 12/08/2010 )
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 13/08/2010
Reeditado em 05/08/2021
Código do texto: T2434874
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