Avesso

Sou hoje, de fato poeta ao acaso

Das letras esquecidas, malditas frases não ditas

Poeta das lágrimas e da dor, sou poeta do amor

O amor que lacera a alma , destitui a razão de sua órbita.

Sou poeta dos esquecidos, dos amantes perdidos,

Canto a dor da saudade , a lágrima que escorre quando as luzes se apagam.

E meus versos não saem; antes escorrem das veias feito diamantes que não se lapidam jamais.

Minha prosa, calcinantes rimas que desnudam sentimentos , saem feito ventos

descontrolados e furiosos , arrastando ,devastando minha alma.

Assim, sou poeta dos abortos não realizados, das dores não deflagradas,

Escrevo e descrevo a falta, o desamor,

A ausência da pessoa amada.

Sou poeta ao avesso.

JAlmeida
Enviado por JAlmeida em 13/08/2010
Código do texto: T2434778
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