Avesso
Sou hoje, de fato poeta ao acaso
Das letras esquecidas, malditas frases não ditas
Poeta das lágrimas e da dor, sou poeta do amor
O amor que lacera a alma , destitui a razão de sua órbita.
Sou poeta dos esquecidos, dos amantes perdidos,
Canto a dor da saudade , a lágrima que escorre quando as luzes se apagam.
E meus versos não saem; antes escorrem das veias feito diamantes que não se lapidam jamais.
Minha prosa, calcinantes rimas que desnudam sentimentos , saem feito ventos
descontrolados e furiosos , arrastando ,devastando minha alma.
Assim, sou poeta dos abortos não realizados, das dores não deflagradas,
Escrevo e descrevo a falta, o desamor,
A ausência da pessoa amada.
Sou poeta ao avesso.