EU, ROMANCEIRA DA MINHA INCONFIDÊNCIA
Com as armas que pude usar,
Lutei como inconfidente.
Enfrentei vários desafios,
Na vida fui muito exigente.
Empunhei bandeiras pela paz,
Sonhei com maior liberdade.
Sempre acreditei ser capaz
De vencer só com a verdade.
Batalhei como um soldado,
Numa guerra sem vencedor.
Lutei para ser respeitada,
Fiquei com as marcas da dor.
Fiz das lutas da minha vida,
Meu romance mais atrevido.
Escrevi páginas bem sofridas
Do tempo em que me senti vencida.
Senti a derrota de perto
No dia que me jogaram ao chão.
Mas nunca estive tão certa
De lutar pela minha paixão.
Sou mulher, guerreira, valente...
Lutei pelos meus ideais.
Não parei, segui em frente,
Da vida eu sempre quis mais.
Guerreei pelo que achei certo:
Liberdade, dignidade, respeito.
Lutei sempre de peito aberto.
Corri, procurei meus direitos.
E nesta guerra travada
Por uma vida de igualdade,
Sem perceber fui enforcada
Por querer mais liberdade.
E como inconfidente, ferida,
Desta luta não desisti.
E quando me vi traída,
Chorei, fraquejei, sofri...
Então empunhei minha bandeira
Com força, com garra e decência.
Hoje me tornei romanceira
Da minha própria inconfidência!!!!!
(Lenir MMoura)