EXISTÊNCIA
Se soubesse que a placidez do teu olhar faria tanta falta?
Escolheria outra dimensão para ter surgido,
Poupando-me de todo padecer.
A minha atual condição.
Inconscientemente converto
Os poucos quilômetros que nos separam em anos-luz
Por penúria da rotina.
Distância.
Talvez, se, tivesse o conhecimento
De que o teu abraço era o que complementaria o meu espírito
Reconhecendo o estado de meio vazio ao invés de (meio) cheio
Adiaria o meu entendimento a respeito das emoções
Amealhando-me da sapiência do teu existir.
Caso, por ventura
Eu soubesse o como medir essa Saudade
E sua importância para mim
Não consideraria outra realidade
Se não essa.
Revejo fotos
Releio O livro
Reavivo o passado.
Mas ela é insaciável; Saudade.
A rotina nunca foi tão vaga, quanto hoje.
E quando te reencontro
É impossível não pensar
Que a glória da presença
Do teu sorriso não durará mais que uma tarde.
Justificando, portanto, a incapacidade de fartar a tal.
Os problemas parecem tão pequenos.
Por que não há cabeça
Que prevaleça perto da hegemonia da falta.
Fica a dúvida quanto à classificação desses problemas
Pois perderam a semântica.
Perante a Saudade
É qualquer coisa, menos um problema.
Contudo não encaro a Saudade
Como problema
Pois ela me proporciona
A segunda certeza da minha realidade.
Saber que outra vez poderei
Ter a atenção do teu olhar
Para preencher a felicidade
Poderei lhe abraçar
E saber o que é ser sereno
Fazendo-me um necessitado
Condicional da sua voz
Das tuas palavras e personalidade
E da tua existência.