Quando a cidade dorme

A cidade dorme em lenta canção. . .

Parece que o tempo voa,

Parece que a cidade não tem coração;

Porque quando a cidade dorme parece tudo mais

Seguro; toda possibilidade diminui,

Mas ainda na cidade tudo é possível.

Não se ouve facilmente ronco de motores:

Nem vozes rugindo como máquinas

Nem casas vendo televisão,

Nem rádios ligados. . .

Porque, quando a cidade dorme,

Tudo parece seguro.

As calçadas estão sujas e vazias

Tristemente esperando amanhecer,

A lua nua no céu pode livremente

Circular na cidade adormecida

Porque, quando a cidade dorme,

Tudo parece seguro.

As baratas e os ratos saem dos porões

E tomam as ruas da cidade que dorme. . .

E nem sempre a cidade dorme um bom sono,

Nem sempre a cidade cochila

Bem uma noite de sonhos.

Porque a cidade não tem coração.

E quando a cidade realmente dorme

Tudo que existe nas casas se parece seguro.

Mas tudo se move em torno da vida,

Se fazendo dia na cidade,

Se fazendo noite na cidade.

Assim o tempo passa na cidade tranqüila.

Patricius
Enviado por Patricius em 12/08/2010
Código do texto: T2434267