POESIA FALHA

M
adrugada
Eu,bicho insone e pensante,pensando em poesia.
Poesia tá incompleta.
A caneta,inoperante.
A folha quase branca.
Tentando ser pensante...tentante ao menos.
(Humanamente errante)
Paro.Abandono um instante a caneta que falha e a folha.
A poesia tá uma falha.
A vida tá uma falha.
A vida não sai na folha.Tá foda!
Caneta falhante! (Lê-se:cérebro falhante!)
Ah!Que humilhante!
Obedeço o bloqueio desse instante.
Olho o sol que sai ridículo se jogando na estante.
(Sol anti-inspirante)
Os livros mandam-me dormir!
(Olheiras Gigantes...)
Apago a luz solar,com cortinas vampiras que simulam noite
Volto à escrever...
(Caneta inoperante!)
Paro.Paro novamente.Re-paro.
(Ser DEMENTE!)
Impaciente,me rendo,rasgo as rimas e rosno rusgas entre-dentes!
Sono.
(Ser dormente!)
Ao acordar,falhas e folhas no tapete.
Eiras e beiras de folhas rasgadas de raiva.
Algumas inteiras.
Poemas,ébrios,óbvios,besteiras.
Vassoura,lixeira.
Caminhão no horário,itinerário:Aterro Sanitário.
(Vulgo Lixão,ao seu dispor)
Um catador semi analfabeto encontrou e tentou ler minhas folhas.
O único leitor daquelas falhas.
Mas,ele nem reparou que eram poesias falhas.
Ele nem entendeu nada...

...E pra ser sincera,nem eu.
Bú Martins
Enviado por Bú Martins em 12/08/2010
Reeditado em 13/08/2010
Código do texto: T2433973
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