UM AMOR
O amor, depois da ira de Deus, é o pior suplicio,
Um corpo parado e indeciso, a beira d’um precipício.
São tempestades furiosas de areia no deserto,
Que você aceita, não se importa, suporta de olho aberto.
São as bombas de hidrogênio que explodiram no Japão,
Que arrasam, ferem, matam, no entanto guardas no coração.
É a sinfonia orquestral composta por um maestro surdo,
Cordas, pianos, clarinetes, tambores estrondando, mas pra ele é mudo.
É um navio que atracado ao cais, chora desolado,
E vendo os barcos partirem... E pelo vento sendo ignorado.
É como um Deus que por necessidade entrega seu filho ao sacrifício,
E vendo-o chorar, sangrar, sofrer, morrer, nada pode fazer para mudar isso.
Sabe o que é sentir isso?
Eu não.