Virgem dos confetes
Virgem dos confetes
Sandra Ravanini
Tréplica
Apagar o ontem da minha vida,
desfiar o segundo que me folha
afagando o poema, que, só, olha
o branco da hora repetida.
Lençóis brancos à rasgada virgem;
contradança e ironia se afagada,
suplicando uma linha sexuada
aos amores comendo a fuligem.
Findar com o hoje que me conta
qual a lenda da casa colorida,
cicatrizar a ereção escorrida
na impotência dessa seda tonta.
Apagar enfim o amanhã e a vida
desamando esse tudo que me ora,
finando eu com a minha história,
e gozar da virgem adormecida.
Contradizer a contradança e a poesia
descompassando o ontem que repete
a esquecida virgem dos confetes,
ejaculada na hora da orgia.
19/08/2008
www.sandraravanini.com