Medit(a)a(a)ção
Desagrada-me o não pensar
Este nada que(a)guarda o fechar dos olhos
A neblina paciente que engloba-me a razão
A imensidão que habita debaixo das pálpebras
Desacomoda-me o silêncio
Este eco frio que sela o lábio
Mudo... O nada a preencher meu tudo
Quando a escuridão me tange
Um silêncio me constrange
E temo a leveza que me toma
Num relaxar que é quase coma
Quando abandono-me por instantes
No breve intervalo do sentir
Sei que não sou nada
Que nada é, e que nada me é
Obstante... Temo então
O voar do ser alado
O canto que guardo calado
O despertar de tudo
O que dorme em mim (?)
E temo não mais me ser
Aquilo que penso saber
Pois só quando sem razão