O pobre

Já no tardar da vida, o pobre

Oculta de seus olhos, o mundo

Trevas visão contínua,

Caminha, busca um Ser profundo.

Vida amarga a que labuta;

Entrega-se de alma e coração.

Do nascer ao por-do-sol busca,

Busca o que comer... o pão.

Fadiga o acompanha na vida

Das caminhadas, sem querer,

O pobre pede que lhe dêem,

Pode, suplica o seu viver.

Andar... tateia com o cajado,

Tomba, cai ao chão.

Ao levantar, olha em seu redor

Procura algo...com a mão.

Volta pra casa cansado,

Do dia sem repudiação,

Deita na cama desamparado

Lamenta a vida, a solidão.

Sem amor, sem consolo

Pensa nos seus de outrora,

E do soluço vai ao choro,

Esquece o mundo, pensa em Deus.

Chora... lamenta as trevas

Que o acompanha

Pranteia com gemido a vida,

A vida que caminha.