Soltador de Pipas
O silêncio me assalta
Vez por outra levanto da poltrona
e corro até a janela
No final da rua estreita
Um papagaio
Faz bailado no ar
Numa seguência de leves solavancos
Que a linha presa em pequenas mãos
Lhe arranca
O vento é bom para soltar pipas
E um menino presumo
Se delicia com a dança no ar
A mão,
apesar da distância
Me parece firme
De um dono que sabe o que quer
Lá se vai a pipa e seu dono
Dobrando a esquina
Atrás do prédio
Que tira minha visão
Volto para a poltrona e meu livro
O silêncio se faz novamente perceber
Irami Gonçalves Fernandes Martins