QUEBRANTO
Dói no peito uma dor sem fim,
os olhos choram lágrimas mortas.
Arde no corpo a febre ruim...
O cansaço amanhece,
co’as portas esquecidas.
A pele arrepia em sobressalto,
a vida pulsa por linhas tortas.
A saliva fria entorna de assalto,
a fome de ser desaparece
por entre noites mal dormidas.
Cala o grito, emudece o gesto.
De resto, o desencanto abre a fenda,
sendo rasto por onde corre o pranto.
O mundo é gasto...vai morrendo.
E o amor envelhece proscrito.
Quem me pôs este quebranto?
Lina Meirelles
Rio, 10.08.10