FALSAS AMBIGUIDADES
Incalculáveis os mistérios a somar na arte da criação.
Escalas paralelas ou não, efeitos e suas formas,
Variedades ao dispor, que já se vão pelas entranhas, da cópula à gestação,
Ambigüidades aparentes,
O próprio meio ambiente dando à vida sublime expressão.
Mescla de traços que se alinham, humanos ou não.
E as formas com as cores se entrelaçam, sempre em profusão.
E assim revelam a destreza desse grande artista,
A pintar incansáveis cenas de bondade e de compreensão,
Postas que são ao toque da viva tela com a divina mão.
Funcionalidades anatômicas aprimoram recursos na subsistência,
Vez outra, inova na sua ausência ,
Criando relação de dor e dando sentido ao predador.
Ambigüidades sempre aparentes,
Segredos da natureza pincelados ao talento do criador.
Mundo animal, como obra que é,
Sequer no cosmos haverá outra orbe em tudo igual.
E não importa por agora saber qual o grau na perfeição desse mestre pintor também escultor.
Ambigüidades aparentes,
Somente no tom das cores e das formas reprimidas pelo crítico, um mal observador.
Mas para o talento posto nessa tela,
A perfeição do executor não visa ela só expor.
Está no esboço,
Antes mesmo das suas formas e suas cores revelar,
O momento predito pelo executor.
Treliças, círculos, texturas, traços geométricos,
Definidos ou não.
São os aparentes rabiscos que,
Já postos em singular comunhão,
Conspurcam as ambigüidades, revelando a proeza dessa grandiosa obra, a criação, sempre em formação.