OBRAS DO ACASO
Por um lado, desdobram-se em dois.
Tanto pode isso querer,
ou nada daquilo conceber.
Por outro, dois também o são.
Talvez o mau, por todo Indesejado,
ou porque não ponderado, estará então a surpreender .
Forma-se assim o dilema elevado ao quadrado.
Mas quando dispostos lado a lado,
da equação leva-se somente o que restou somado.
Ao querer o impensado,
O fato, quando realizado,
Sempre cairá no agrado.
Ou não concebê-lo porque indesejado,
revelando o mau momento .
Por vezes, dará sentido ao torpe sofrimento.
Em qualquer das hipóteses,
é sempre a surpresa que faz a ocasião.
Trata-nos como presa, ou dá azo à emoção.
E depois, um ou outro, já nada mais importa, e cai na conta do descaso.
É o sentido presente que se habitua e, na arte da vida, dá a sua forma ao inesperado.
Criando assim e ao seu agrado, mais uma obra do acaso.