OBRAS DO ACASO

Por um lado, desdobram-se em dois.

Tanto pode isso querer,

ou nada daquilo conceber.

Por outro, dois também o são.

Talvez o mau, por todo Indesejado,

ou porque não ponderado, estará então a surpreender .

Forma-se assim o dilema elevado ao quadrado.

Mas quando dispostos lado a lado,

da equação leva-se somente o que restou somado.

Ao querer o impensado,

O fato, quando realizado,

Sempre cairá no agrado.

Ou não concebê-lo porque indesejado,

revelando o mau momento .

Por vezes, dará sentido ao torpe sofrimento.

Em qualquer das hipóteses,

é sempre a surpresa que faz a ocasião.

Trata-nos como presa, ou dá azo à emoção.

E depois, um ou outro, já nada mais importa, e cai na conta do descaso.

É o sentido presente que se habitua e, na arte da vida, dá a sua forma ao inesperado.

Criando assim e ao seu agrado, mais uma obra do acaso.

luis roberto moreno
Enviado por luis roberto moreno em 10/08/2010
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