REFLEXÕES DE UM DEFUNTO.
Já, o cheiro do formol que de mim emana,
Criatura horrenda, sombria, estendida,
Vinha sofrendo por muito a investida,
Da leitura maléfica da cigana.
Incondicionalmente anticristão,
Esse velório me causa ardores,
A mesma sensação as mesmas dores,
De quem morre por problemas de coração.
Já a sete palmos o verme trabalha,
Sua ferocidade sobre a carne não falha,
Não importa quem seja, traça, não quer saber.
E os meus olhos sugando, que desgraça!
E o corpo transforma em carcaça,
E sem poder entender, ao pó retroceder.