REFLEXÕES DE UM DEFUNTO.

Já, o cheiro do formol que de mim emana,

Criatura horrenda, sombria, estendida,

Vinha sofrendo por muito a investida,

Da leitura maléfica da cigana.

Incondicionalmente anticristão,

Esse velório me causa ardores,

A mesma sensação as mesmas dores,

De quem morre por problemas de coração.

Já a sete palmos o verme trabalha,

Sua ferocidade sobre a carne não falha,

Não importa quem seja, traça, não quer saber.

E os meus olhos sugando, que desgraça!

E o corpo transforma em carcaça,

E sem poder entender, ao pó retroceder.

Tomb
Enviado por Tomb em 10/08/2010
Código do texto: T2429382
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