Abra-me uma porta
Abra-me uma porta que eu não quero essa janela.
Essa janela é muito pequena e para passar nela, eu tenho que me curvar.
Abra-me uma porta, que eu quero passar por ela como se fosse uma passarela.
Abra-me uma porta e não uma janela.
Essa janela é pequena demais e acaba por me apertar.
E de aperto eu já tenho muitos na vida.
Abra-me uma porta, que eu não quero ter que me contorcer todo.
Eu quero atravessar livre, de cabeça erguida, sem medo de bater a cabeça.
Eu quero a liberdade de ir e vir.
Eu quero abrir a porta e ver o sol entrar.
Eu quero abrir a porta para a felicidade.
E felicidade boa tem que entrar pela porta e não pela janela.
Eu quero a alegria por inteiro.
Eu quero uma porta para entrar e não uma janela.
Pois, que eu não quero me curvar para o mundo, eu quero andar de cabeça erguida.
Quero seguir com minha vida sempre passando por portas e nunca por janelas.
Pois, que janelas são pequenas demais, e elas minam a dignidade.
E o ser humano não foi feito para pular por janelas, pois que para conservar sua dignidade, o homem precisa entrar pela porta.
Pois, então, abra-me uma porta, que eu não quero uma janela, não, eu não quero uma janela.