Abra-me uma porta

Abra-me uma porta que eu não quero essa janela.

Essa janela é muito pequena e para passar nela, eu tenho que me curvar.

Abra-me uma porta, que eu quero passar por ela como se fosse uma passarela.

Abra-me uma porta e não uma janela.

Essa janela é pequena demais e acaba por me apertar.

E de aperto eu já tenho muitos na vida.

Abra-me uma porta, que eu não quero ter que me contorcer todo.

Eu quero atravessar livre, de cabeça erguida, sem medo de bater a cabeça.

Eu quero a liberdade de ir e vir.

Eu quero abrir a porta e ver o sol entrar.

Eu quero abrir a porta para a felicidade.

E felicidade boa tem que entrar pela porta e não pela janela.

Eu quero a alegria por inteiro.

Eu quero uma porta para entrar e não uma janela.

Pois, que eu não quero me curvar para o mundo, eu quero andar de cabeça erguida.

Quero seguir com minha vida sempre passando por portas e nunca por janelas.

Pois, que janelas são pequenas demais, e elas minam a dignidade.

E o ser humano não foi feito para pular por janelas, pois que para conservar sua dignidade, o homem precisa entrar pela porta.

Pois, então, abra-me uma porta, que eu não quero uma janela, não, eu não quero uma janela.

Marcos Welber
Enviado por Marcos Welber em 10/08/2010
Código do texto: T2429173
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