Sem sonetos, amor
III
Quando disse ao amor, abra-me as portas,
Tinha em mente encontrá-la já habitada,
A casa então erguida sob alicerces
Fincados no concreto de meus sonhos
Andei meus passos firmes em suas terras
Estranhas, amor, certo da procura,
O fim que nela havia, que, ao abrir os olhos,
Não duvidei daquilo que em mãos tinha
Tão só não pensei ter na minha busca
Justamente o que nunca procurei.
E, tampouco, que não eu quem procurava
Pois, era eu a coisa perdida tão-somente,
Quando já tu, amor, vinha ao meu encontro
Embebido no líquido da vida.