Sem sonetos, amor

I

Querias cantar o teu amor, hoje hábito

De dizer sim, palavra cega, lúdica

Na boca de quem, só, espera ao frio

Sem abraços que corre noite adentro

Sem o teu apelo o vício nesse amor

É tão-só a casa úmida, frio outono,

O vinho envelhecido sempre nas vinhas,

Sem fragas, tuas asas a voar.

Quiseste neste sim colher um fruto

Que nasce da semente cultivada

Na terra fértil, solo de raízes,

Mas que voz se erguerá para cantar,

Em trovas, esse medo vacilante

De responder amor, minha morada?

antônimo
Enviado por antônimo em 10/08/2010
Reeditado em 06/12/2011
Código do texto: T2429066
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