MENINO OBJETO

MENINO OBJETO

Distante é o corpo quando o coração o arrefece

Esgotam-se as formas de se viver encarnado

Nas paredes tão discretas é que se encontra o perigo

Papel, lápis, caneta, envelheceram este espaço

Amigos inanimados de tantos dias, de tantas horas

Bailam à lágea fria do esquecimento apercebido

A memória de áureos anos que passaram sem um motivo

Sepultada em tantos sonhos que jamais trouxeram vitória

Velando seu próprio cadáver ao redor da carne desnuda

Passos de tantos meios que emergiram em sua história

Traços de um menino se decompondo em seu destino

Por ser mais objeto que o mundo inteiro a sua volta

Girando em torno de si em todo o quarto que habita

Onde sempre as paredes falam, mas sua alma caminha muda!