Massa de Pão

Eu queria comer do pão

Que o próprio diabo amassou

Sovado com suor e lágrimas

Queria provar da massa

Nascida da necessidade

Do amor que se colhe na carestia de tudo

De trigo e de afeto

E pensar, quem sabe

Nesse mistério

Eu talvez enxergasse o próprio Deus

Naqueles olhos fundos e tristes

Famintos de esperança

Um mundo artesanal

Difícil,

Transbordante de sgestos e ritos

Da massa respingada no chão

Mas o pobre diabo se foi

E hoje só vejo máquinas que misturam padrões

A sua história perdida

Na nossa apressada insensatez

Marcelo FAS
Enviado por Marcelo FAS em 09/08/2010
Reeditado em 17/05/2012
Código do texto: T2428410
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