Dos Papos! – I
Figo na língua que perfuma a noite,
Alguma coisa pendendo na parede,
Qual vagar que se apresenta a tarde,
Tem do anel achado no ágora,
Um dedo perdido que o vazio aponta,
Flutua na fumaça a labareda aparente,
Sua a pele que se arrepia ao meu toque,
Sim, tem um toque passando pelo ventre,
Alguma coisa captura o tempo, respiro,
Todo silêncio que a espera pede,
Mais vaga fria na suposta distância,
Pois se nada tiver, então vale a lembrança,
\números que balançam sem critérios,
Ouvidos atentos para o próximo mistério
Comiseração por aquelas leituras,
O por fazer ficando, ficando, do que se fica,
Sim, tem uma face aparecendo no desenho,
Todo rabisco não segue uma linearidade,
Apenas rascunhos brotando na folha branca,
Qualquer respingo vira alguma fábula,
Outros mistérios, alguma lenda urbana,
Sim, têm estórias sobre piratas quase distintos,
Bucaneiros de outra ordem & despacho,
Pilhas de livros sobre signos antigos,
A mecha que reflete a seta no rastro de luz,
Parapeitos sobreviventes no ar gástrico,
Todos os bronzes vindos de Tróia,
Labirintos sobre as odes de Ancara,
A meia-boca dos afazeres pequenos,
Inibindo uma maior pretensão, remos ao mar...
Sim, você já se sentiu o sabor do toque,
Mas esse beijo ainda espera um maior retrato.
O mar cobra aquilo que não foi bem feito!
Peixão89
09.08.2010