Verdade
Consome a verdade
Como o ar que não vês.
Ela ainda estará lá
No teu câncer de pulmão,
Nos rios vermelhos que correm nas artéria petrificadas,
Na tua angustiada solidão,
Na vida que te foge ao controle.
A verdade, como o ar,
É livre.
Carcereira da tua vida.
Como ele, te sustenta e mata.
Sutil diferença os distingue
O ar expeles impuro,
Que a natureza se incumbe de renovar.
A verdade, Deusa eterna
Nada carrega de ti,
Senão a si própria intocada
Insensível às tuas aflições.
Sê feliz com ela
É o que te resta.