PALAVRAS PERDIDAS.

Vendaval/invernal agosto,tarde fria de sol morno.

Carretilha/carretel/carrosel, rola a vida sopra a

alma qual pipa largada/entregue ao sabor do vento.

Brinca/brilha a alma insana/incerta/incoerente/incongruente,

revestida de inconsequente inocência.

Coloca pé no mundo/asas ao vento/relento/recanto.

Se encanta/espanta.

Se enfeita com brilho das estrelas mais belas,

feito grão dourado de areia vagueia e se desnorteia

sem rumo/prumo.

Voa transcende a alma e o mundo, se encanta/encontra

se despedaça/se enlaça em meio a campos de girassóis...

...Se há luz/reluz/ seduz e deduz de si mesma que pode

brincar de bem- me-quer.

Viaja pelo universo vagando/divagando/devagarando e

reencontra sonhos que passaram por entre seus dedos/desejos

e que por ora apenas habitam fora de si,orbitando por ai.

Sonhos que já foram abrigo de esperança e feneceram

na desleal realidade da chegada a uma estação/porto sem

futuro/passado ou presente.

Presença,apenas da solidão.

Vendaval mexe com as folhas e as falhas esquecidas de

se preencherem na alma.

Poeira solta ao sabor do vento,pó de estrelas misturadas

a ressecados diamantes/lágrimas vertidas do mais intimo de seu ser.

Voa vento,

voa se espanlhado/espalmando

voa levando embora as dores/desamores.

Voe vento e deixe que caia sobre a alma inquieta um

enorme e poderoso vendaval de estrelas/fadas/favos de

luz do infinito.

Voe vento vire vendaval e traga a paz...

... deixe pelo mundo apenas palavras perdidas em um fim de tarde

invernal.

Márcia Barcelos.

Márcia Barcelos
Enviado por Márcia Barcelos em 09/08/2010
Código do texto: T2427907