Bahia
Fugi da roça para não me dispor à seca e à chuva que desce como cachoeira;
E, tantas vezes estive entre a sede e a fome naquela estrada de chão amarelo da Bahia, foi-me possível ao impossível sentimento de saudades...
Pudera-me estabilizar naquela terra, e não me foi assim, insisti, tentei viver ali, me parecia em vão, eu não desistia até me ser convencido entender que a cidade é a melhor solução. Desci em lágrimas pra cá, ficou minhas marcas por lá; colhi café, mamão e até fui vendedor, não deu, não vingou...
Minha terra santa que semeei ao suor nas horas tantas, das muitas ladeiras que eu descia a pé, para ter bom trabalho ali tinha que ser através da fé.
Lugar que eu amo e não enxergo apenas defeito, lugar de minha família que vive no meu peito.
Lugar que desejo descansar...
Se me vier à morte eu partirei para aquela terra
Terra que nasci, mas não cresci,
Terra que desejei ver e vi,
Terra que vi, mas não consegui viver,
Terra que voltarei a ver,
Terra-baiana, lugar onde irei morrer.