Bahia

Fugi da roça para não me dispor à seca e à chuva que desce como cachoeira;

E, tantas vezes estive entre a sede e a fome naquela estrada de chão amarelo da Bahia, foi-me possível ao impossível sentimento de saudades...

Pudera-me estabilizar naquela terra, e não me foi assim, insisti, tentei viver ali, me parecia em vão, eu não desistia até me ser convencido entender que a cidade é a melhor solução. Desci em lágrimas pra cá, ficou minhas marcas por lá; colhi café, mamão e até fui vendedor, não deu, não vingou...

Minha terra santa que semeei ao suor nas horas tantas, das muitas ladeiras que eu descia a pé, para ter bom trabalho ali tinha que ser através da fé.

Lugar que eu amo e não enxergo apenas defeito, lugar de minha família que vive no meu peito.

Lugar que desejo descansar...

Se me vier à morte eu partirei para aquela terra

Terra que nasci, mas não cresci,

Terra que desejei ver e vi,

Terra que vi, mas não consegui viver,

Terra que voltarei a ver,

Terra-baiana, lugar onde irei morrer.

Patricius
Enviado por Patricius em 08/08/2010
Reeditado em 08/08/2010
Código do texto: T2426523
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