Antônio do Mundo
Seu Antônio sumiu
Vivia lá na esquina
Às vezes em meio ao quarteirão
Dormia embaixo da marquise
Da rua do Limão.
Seu Antônio é maltrapilho
Mas no olhar põem um brilho
Quando conta os sonhos
E fala dos irmãos
Seu Antônio já foi moço
Foi trabalhador
Mas alguém o pôs na rua
Para não pagar pensão
Eis, que sem casa, sem emprego,
Se viu em má situação
Viver na rua não é escolha,
Ele não tem opção
Seu Antônio ainda sonha
Viver em boa situação
Espera do INSS
Os minguados pra comprar o pão.
Setenta e dois anos de idade,
Valha-me Deus,
É de cortar coração!
Irami Gonçalves Fernandes Martins