Ocorrência
*feita em 1998
Enquanto passar a tarde
E o sol empalidecer
As nuvens no céu
Medirão se posso crescer
E a brisa toca a folha
Que seca esbarra o chão
Não ouço som, nem estalo
Nem doce palavra em vão
Não há boca tua que me fira
Nem língua amarga
Que tempere o nosso amor
Não há mais nada a temer
O vento leva embora
Os resquícios de palavras mal ditas
Leva também a presença, habitual
Só não leva as lembranças...
A memória sedimenta
Hologramas de tempos corridos
Parece que pela frente
Vem vida rígida de poucas escolhas
O noticiário da noite
Passa em branco,
Pelo meu coração,
Enquanto sentado relembro
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