Ambárico
vou bebendo do passado
ambárico, anestésico dourado
vou tragando essa saudade
dos tempos que varreram amizades
um belo sol no fim do copo,
e o sul enfumaçado
vou me afogar nos seus sorrisos,
toda vez que abrir a janela
e na varanda...o abismo
entre o eu, e o que se foi,
e o que eu fui se foi
como a memória do sonho
que se apaga nessa lucidez
amarga...
agora que a vida se mostra
amiga, da onça, amiga...
sutilmente retalharam,
de uma maneira as lembranças
que não sei o que foi ou o que
queria ser...se foi o tédio
ou a andança
vou me afogar nos seus sorrisos,
toda vez que na aflição pedir abrigo
e sentir a cruz de malta, flutuar nas nuvens
como um pingente mórbido
que não tive dinheiro o suficiente
pra comprar, e depois receber
gotas aladas ,vao perfurar esse poema
esse papel outra melâncolia amena,
para comprar, e depois te vender
e depois,para sempre na manhã correr
atrás dos teus olhos ambáricos
bebendo do vidro aniquilado
reviver, relembrando o pasado
perdendo o passar,
um belo sol no fim do copo
...viver na direção...
entre o eu, e o que se foi,
e o que eu fui se foi
como a memória do sonho
que se apaga nessa lucidez
amarga...e sem razão
...de um sul enfumaçado...