ESTILHAÇOS

Juntar os estilhaços depois será um risco,

Sejamos mais velozes nessa hora de hoje.

O amanhã é um enigma e nosso poder

Não pode se transformar num eco absurdo.

espreitemos o silêncio do fruto maduro

Que quer ser deliciado antes que apodreça

Perante as nossas retinas petrificadas

Pela ação do tempo que não tem ré.

A hora é esta hora. Hora de vencermos

A nós mesmos, antes dos últimos instantes.

A vida precisa ser deleitada, seguida

Por uma ou outra e mais vidas úteis.

Há um labirinto em cada espraiar de uma ideia,

De um sorriso, de um tudo que se amplifica

Ou se apequena ante os olhares e os corações glaciais.

Dói-me as mais diversas estruturas,

Nervos de bronze e lágrimas inumanas.

Árvores plantadas nas nuvens...

As nuvens não são algodões, são nuvens.

Vejo raízes em teus pés. Horas

Sem intercâmbios com outras galáxias.

Juntar os estilhaços é preciso, em prol

Da recomposição original.

Dores virão, eu sei, mas urge caminhar...

Urge buscar incessantemente o que ao léu

Foi deixado em algum ponto da vereda

Seguida até aqui, buscar sempre, toda hora.

Hei de juntar os estilhaços, emendá-los

E quem sabe, ser feliz, outra vez!

Antoniomar Lima
Enviado por Antoniomar Lima em 07/08/2010
Código do texto: T2424078
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