Sou o Nada...

Esboço na taça que inebrio,

Toda minha tristeza,

Meus olhos bailam na boca da noite,

Desejo não amanhecer...

Embebedo-me e não mascaro,

Quem nunca se esquivou da realidade?

Se o dom de delinear nas folhas conseguisse transpor-me como me decepciono,

Odeio-me e sofro,

Nem eu leria tais palavras sem sentir-me pior que sou,

E como alcanço no instante da pluma,

A tinta do sangue,

Estou em cada um de meus vocábulos,

Logo – Sinto-me...

Quando me sentei,

Principiei o meu diminuir,

Até os ossos de minhas costas encostarem-se a minhas pernas,

E não havia outra forma de me locomover,

Senão - rastejando-me...

Eu – o pior dos Vermes...

Ali...

Unicamente...

A esperar o Nada...

Diego Martins
Enviado por Diego Martins em 07/08/2010
Código do texto: T2423283
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