Sou o Nada...
Esboço na taça que inebrio,
Toda minha tristeza,
Meus olhos bailam na boca da noite,
Desejo não amanhecer...
Embebedo-me e não mascaro,
Quem nunca se esquivou da realidade?
Se o dom de delinear nas folhas conseguisse transpor-me como me decepciono,
Odeio-me e sofro,
Nem eu leria tais palavras sem sentir-me pior que sou,
E como alcanço no instante da pluma,
A tinta do sangue,
Estou em cada um de meus vocábulos,
Logo – Sinto-me...
Quando me sentei,
Principiei o meu diminuir,
Até os ossos de minhas costas encostarem-se a minhas pernas,
E não havia outra forma de me locomover,
Senão - rastejando-me...
Eu – o pior dos Vermes...
Ali...
Unicamente...
A esperar o Nada...