Alô!
.:.
Calo
E minhas mãos ardem
com a força do martelo.
Falo
E meus gritos constroem
no espelho o último elo.
Ralo
E meu suor, ardente e puro,
esvai-se no desfiladeiro.
Galo
E minha raiz de Pinto exige
um có-có-ri-có aveludado.
Calo
Que dos meus dedos brotam
pela força do trabalho.
Falo
Que das minhas mãos trêmulas
escorre e desliza, por acaso...
Ralo
Por onde se esgalham as impurezas
decifráveis do rosto e das mãos.
Galo
Que da pancada que levei,
fez-se a razão do esquecimento.
Nijair Araújo Pinto
Crato-CE, 6 de agosto de 2010.
13h13min