Eu era a brisa leve de um fim de tarde
Vento ameno que anunciava o anoitecer
Eu era o frescor sereno da madrugada
A doçura singela do nascer das manhãs
Eu era azul de céu e era calor de sol
Sorriso de horizonte atrás das montanhas
Verde infindo e diverso das paisagens
Um correr de rio e barulho de cachoeira
Eu era o tempo que se ocupa em só passar
A aceitação tão plena do indizível momento
Na emoção pacífica e bela de cada instante
Hoje eu sou só tempestade...
 
Eu era inspiração tão suave e tão terna
Palavras que nasciam tão sem doer
Eu era imaginação de coisas belas
Pensamentos a voejar mares pacíficos
Aventuras mirabolantes, eu era fábulas
De castelos e princesas encantadas
Eu era o fulgor de todos os reinos distantes
E vivia em ilhas desertas com mapas do tesouro
Eu era um menino com sua infância e alegria
E, menino, eu era o que inventava como verdade
No que me inventava a verdade dessa poesia
Que me fez ser hoje só tempestade...
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 06/08/2010
Reeditado em 05/08/2021
Código do texto: T2422202
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