Verdadeiramente...
Não sou flor que se cheire
Nasço na beira da estrada
Trago poeira e a seca dos dias
Não sei o que quero, eu me perco
Por querer tudo ao mesmo tempo
Não tenho tempo, só intento tenho
Para realizar tudo o que desejo
E brinco, mas brinco com a vida
Com o enorme risco de estar vivo
De equilibrar-me no fio da espada
Posta diante do profundo do abismo
Brinco com o grande dilema da morte
Que é meu horizonte e meu limite
Onde acabam todas essas palavras
E toda essa poesia que não diz nada
Mas cuida que não me metem medo
Nem a vida e tampouco a morte
A morte vindoura que trará só um dia
Mais um dia em que haverá manhã
E o cair da tarde e o entrar da noite
Na mais longa e definitiva madrugada
E me engano e não é assim por gosto
Eu me engano em teimar com a teimosia
Que sempre me levou a tanto teimar
Em passar o resto dos meus dias sozinho
Se eu machuco por vezes é por pura pressa
E um tanto pelo receio de machucar mais
Mas não peço que me perdoem ou entendam
E se entenderem é engano, nem me digam
É nessa inevitável tristeza que me descubro
E me encontro pleno e farto de vazio
De insondáveis silêncios tão absolutos
E tomado de uma insuportável solidão
E não busco e nem mereço piedade
Mereço o ódio, o desprezo, a indignação
Mais que isso tudo, mereço indiferença
No que mereço de todos os esquecimentos
E se mereço, procuro merecer mais
A solidão e o silêncio dos dias
A angústia da noite que se vai
Mereço os impropérios, os insultos
As pedras, as correntes e as grades
Com que me prendo bem rente ao chão
Mereço pagar por teimar com a teimosia
Que teima tanto em me tirar da solidão
Mas aqui brinco de brigar com a poesia
Agora, enquanto tudo não passa da hora
De brincar que a hora chega um dia
De parar de brincar de vez e ir embora
Não sou flor que se cheire
Nasço na beira da estrada
Trago poeira e a seca dos dias
Não sei o que quero, eu me perco
Por querer tudo ao mesmo tempo
Não tenho tempo, só intento tenho
Para realizar tudo o que desejo
E brinco, mas brinco com a vida
Com o enorme risco de estar vivo
De equilibrar-me no fio da espada
Posta diante do profundo do abismo
Brinco com o grande dilema da morte
Que é meu horizonte e meu limite
Onde acabam todas essas palavras
E toda essa poesia que não diz nada
Mas cuida que não me metem medo
Nem a vida e tampouco a morte
A morte vindoura que trará só um dia
Mais um dia em que haverá manhã
E o cair da tarde e o entrar da noite
Na mais longa e definitiva madrugada
E me engano e não é assim por gosto
Eu me engano em teimar com a teimosia
Que sempre me levou a tanto teimar
Em passar o resto dos meus dias sozinho
Se eu machuco por vezes é por pura pressa
E um tanto pelo receio de machucar mais
Mas não peço que me perdoem ou entendam
E se entenderem é engano, nem me digam
É nessa inevitável tristeza que me descubro
E me encontro pleno e farto de vazio
De insondáveis silêncios tão absolutos
E tomado de uma insuportável solidão
E não busco e nem mereço piedade
Mereço o ódio, o desprezo, a indignação
Mais que isso tudo, mereço indiferença
No que mereço de todos os esquecimentos
E se mereço, procuro merecer mais
A solidão e o silêncio dos dias
A angústia da noite que se vai
Mereço os impropérios, os insultos
As pedras, as correntes e as grades
Com que me prendo bem rente ao chão
Mereço pagar por teimar com a teimosia
Que teima tanto em me tirar da solidão
Mas aqui brinco de brigar com a poesia
Agora, enquanto tudo não passa da hora
De brincar que a hora chega um dia
De parar de brincar de vez e ir embora