O Passado...
A primavera fatalmente renasce o que o inverno fez matar,
O frigido atrozmente emudece,
E aleita a inevitável mudança.
Sutilmente Amo o frio,
Sei que não me fantasia,
És real ao afetar-me.
Sinto queimar,
Aflorar meu eu,
Cega – minha dor sem rumo,
Amplia-se loucamente,
Revivo o ontem,
Com tamanha aflição,
Que minh’alma destroça,
Então sofro duplamente,
O pretérito fincado,
Nos extremos de meu ser...
E não existe modo,
Do passado – não reviver,
E se todos pudessem esquecê-lo,
Não teriam quase lembranças...