Dois Corpos...
Podem dois corpos cometer uma devassidão?
Sei eu que sim...
A luxúria curvar-se-ia ante nós,
E a ensinaríamos o legítimo e pagão deleitar...
Instruiríamos o desejo, enlouquecidos e sedentos,
A aprender, o como saciar...
A libertinagem olhar-nos-ia,
Como uma alva virgem,
E aos risos,
Desprezaríamos sua face...
Ainda lhe espero,
Com os lençóis do leito – inatacáveis,
Teu perfume no ar – perene,
E teu sabor – na última taça...
Desde tua ausência, todas as coisas, inerte, puras, intocáveis...
Para que tu entendas, quando voltar,
Que nunca desapareceu de meus pensamentos profanos,
E de minhas ilusões mais vivas...