Um certo Mário... em uma certa praia

Aqui, nesta calçada,

defronte deste caramanchão,

próximo ao chalé Porto Franco -- desde a Belle Époque

mirando a Baía de Marajó --,

sem chapéu na cabeça,

na mão, ou virado no chão,

contemplo um tempo

que não vi(vi):

vejo ali na areia

e após na água da praia,

(a banhar-se),

a alegria descontraída

de Mário de Andrade

-- é maio de 1927 --,

entregue às ondas

destas águas do Chapéu-Virado,

neste tempo que não

vi(vi),

mas que perco-ri

na transcendência das entrelinhas imaginárias

deste poema

que agora escrevi(vi).