De regresso ao mar (II)

Mergulha comigo na onda gigante,

sentindo a força em corpo indefeso

envolvido por turbilhão incontrolável de sentimentos

levados pela corrente forte deste mar

como navegantes em promontório fatal,

sem farol salvador reluzindo lá longe,

aviso de cavernas alagadas, perigos sem fim.

Ouve o canto das sereias mudas

nesta ilusão marítima sem regresso

deitados à beira-mar na areia molhada

contando as conchas madrepérola

que brilham ao sol,

como crianças brincando na praia deserta.