Que coisa...

A cidade renasce saltitante.

As luzes vão, os olhos vêm.

Alguém sabe aonde foi parar a noite?

A escuridão correu pro porão,

Para dento das gavetas,

Para os túmulos, para as mentes...

O açoite da lida é cego, ninguém vê.

O medo do dia é o medo da noite.

Quantos relógios...

Nos carros,nos pulsos,nos semáforos,

Nas fábricas,nas torres...

Mas eles mentem quanto ao tempo,

O tempo de se dar o sangue.

Os guerreiros vão à caça,

Muitos serão cassados.

Na selva, o concreto é frio,

Barulhento e a presa se esconde

Por detrás dos vidros, das teclas,

Das paredes, dos guardas...

A presa, presa, nem espreita.

Nos recônditos do anti-riso,

Mal se vê sua presa.

Mas quando se tem a senha

Embora sem pressa,

A presa é solta, ou se solta

Na medida certa.

Nem sempre de matar a fome,

Pois, muitas vezes,

A presa é do homem,

Mas a presa do bixo é que come...

carlinhos matogrosso
Enviado por carlinhos matogrosso em 05/08/2010
Reeditado em 02/10/2010
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