Que coisa...
A cidade renasce saltitante.
As luzes vão, os olhos vêm.
Alguém sabe aonde foi parar a noite?
A escuridão correu pro porão,
Para dento das gavetas,
Para os túmulos, para as mentes...
O açoite da lida é cego, ninguém vê.
O medo do dia é o medo da noite.
Quantos relógios...
Nos carros,nos pulsos,nos semáforos,
Nas fábricas,nas torres...
Mas eles mentem quanto ao tempo,
O tempo de se dar o sangue.
Os guerreiros vão à caça,
Muitos serão cassados.
Na selva, o concreto é frio,
Barulhento e a presa se esconde
Por detrás dos vidros, das teclas,
Das paredes, dos guardas...
A presa, presa, nem espreita.
Nos recônditos do anti-riso,
Mal se vê sua presa.
Mas quando se tem a senha
Embora sem pressa,
A presa é solta, ou se solta
Na medida certa.
Nem sempre de matar a fome,
Pois, muitas vezes,
A presa é do homem,
Mas a presa do bixo é que come...