metamorfose



Oh mil olhos brilhantes
 
na noite cálida,

qual astros saindo

de órbitas recortadas,

escancaradas luzes,

fogueiras incandescentes,

neste cenário de papelão dos espigões,

na noite da cidade em grande estilo,

qual borralheiras da modernindade

vos transmutais em damas
 
de dourado paetê
                                                
brilhais e sois
 
resplandescentemente belas...  
                                
                                    
E como as moças que à noite
 
esplendorosas nos fascinam,

são simples moças ao raiar do dia,

sois vós também que à noite alucinam,

após o amanhecer, simples janelas.

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"De concreto e vidraças,
de alvenaria e argamassas,
revelam-nos poemas ocultos
pelo corpo das paredes;
e o farto neón dos corredores e recintos
são luminescentes artérias
onde a vida pulsa, frenética,
no gélido abraço
deste sepulcral inverno das ruas...
 são crisálidas cotidianas,
aguardando a metamorfose d'aurora"

                   
Jorge Luiz da Silva Alves
tania orsi vargas
Enviado por tania orsi vargas em 04/08/2010
Reeditado em 06/08/2010
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