Quinze gigantes de ébano
todo dia as portas vão se fechando
devagar sao vagas vagando no mar
quebrando devagar sem quebrar a fechadura
e as portas rangem sobre as pedras pontiagudas
e batendo sem quebrar o tempo
são filhas bastardas do vento
quinze gigantes de ébano
deste lado da maçaneta
eu não gosto do que eu vejo
exceto talvez por você
por voce arrastei o velho e vivo violão
e antes que eu pudesse passar para o outro lado
as portas foram se fechando uma a uma
e eu acabei morrendo na praia
voei na loucura e naveguei nas vagas
cavalgando sorrisos
quinze gigantes de ébano
quem lê leu
ve a superficie e ri
das loucuras que eu naveguei
o errar e a poesia
soa como dois sinos
um errando perfeito e o outro
é a perfeição do errar
mais é a pura verdade
e é o caso do outro ao seu lado
também rir-se
e eu também vou navegando
me ralando no asfalto
mais nunca sem perder a piada
que a piada fêz de mim
os perdedores sempre ganham
quem lê leu
e o que você é?
um mergulhador nato
ou apenas um detrito boiando?
eu me atrasei
arrastei o violão
e as portas se fecharão
quinze gigantes de ébano
e eu fiquei aqui
olhando pela fechadura
depois vagando em vagas
e em fim capitão do navio da loucura
naufrago de amores....