Quinze gigantes de ébano

todo dia as portas vão se fechando

devagar sao vagas vagando no mar

quebrando devagar sem quebrar a fechadura

e as portas rangem sobre as pedras pontiagudas

e batendo sem quebrar o tempo

são filhas bastardas do vento

quinze gigantes de ébano

deste lado da maçaneta

eu não gosto do que eu vejo

exceto talvez por você

por voce arrastei o velho e vivo violão

e antes que eu pudesse passar para o outro lado

as portas foram se fechando uma a uma

e eu acabei morrendo na praia

voei na loucura e naveguei nas vagas

cavalgando sorrisos

quinze gigantes de ébano

quem lê leu

ve a superficie e ri

das loucuras que eu naveguei

o errar e a poesia

soa como dois sinos

um errando perfeito e o outro

é a perfeição do errar

mais é a pura verdade

e é o caso do outro ao seu lado

também rir-se

e eu também vou navegando

me ralando no asfalto

mais nunca sem perder a piada

que a piada fêz de mim

os perdedores sempre ganham

quem lê leu

e o que você é?

um mergulhador nato

ou apenas um detrito boiando?

eu me atrasei

arrastei o violão

e as portas se fecharão

quinze gigantes de ébano

e eu fiquei aqui

olhando pela fechadura

depois vagando em vagas

e em fim capitão do navio da loucura

naufrago de amores....

AbnerSohel
Enviado por AbnerSohel em 04/08/2010
Reeditado em 04/08/2010
Código do texto: T2418479
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