RIO DOCE
Tinhas nos olhos um rio doce
e eu fui margem que te quis tanto!...
Mas quis-te a foz mais do que eu
te pude amar ou te prender...
E nas dores minhas de te perder,
salguei meus olhos, tornei-me mar,
fui o teu berço, no desaguar...
Tinhas nos olhos um rio doce
que guardei dentro dos meus,
mas da mistura que fiz de nós
só o azul aconteceu,
já que em pura sublimação,
todo o teu ser se elevou,
todo o meu ser é reflexão:
mar desespero e puro céu...
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