CONTRA O TEMPO
Eu corro contra o tempo
e para o tempo se opor
de pronto me contento
saio desse langor!
Me adelgaço na fresta
passo pelo seu fundo
o tempo que me resta
demarcado neste mundo.
Na minha cintura grácil
de tanto exercitar
me caibo ali tão fácil
no peito um palpitar!
O tempo relativo
não sujeita a espera
na carne que vivo
na mesma esfera.
Século assombroso
de temperaturas voláteis
cíclo fatidioso
os mundos portáteis.
Contra o tempo que corro
não corro em desespero
vivo tanto quanto morro
mas morro sem exagero.
(YEHORAM)