AH DOCE MADRUGADA

Quando tinha doces anos
doces sonhos a sorver
eram tantos doces planos
adocicados quereres
e buscava doce encanto
em doces bocas de prazeres
eram tantos doces insanos
lambuzava meu viver

foi-se a doce madrugada
pelo gargalo do shandon
me deixou amarrotada
e marcada de batom
minha alma amargurada
em manhã quase sem tom
engoli minha rotina
com um pedaço de pão

e se fez amordaçada
minha alma cor marrom
caminhei pela calçada
e gritei sem nenhum som
procurei alguma entrada
que me levasse a encantada
madrugada de verão

talvez algum dia desses
quando cair a noite longa
eu volte a ouvir milonga
eu dance valsa vienense
minha alma nacarada
será docemente seviciada
pela vontade ardente
de ter novamente adocicada
minha louca alma ardente
Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 03/08/2010
Código do texto: T2415171
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.