MARCO ZERO
Nada sei sobre mim
E este não saber
É como um túnel desconhecido
Não sei se sou eu mesma
A que fala e anda pelas ruas
A que sorri para o marco zero
Da minha compreensão
A que não sabe se é feito de carne ou de pedra
O próprio coração
E se eu disser que cansei de querer saber
E às velas fantasmas me entrego
Na esperança de tornar-me mar
E se eu disser que tanto faz
E pouco me apraz
Descobrir ou esconder
Nada sei sobre mim
E quero ser assim
De leitura ilegível
Que é para dar ao pó
O direito de saber