O vento nunca sopra frio...
sempre quis uma palavra
que não envelhecesse
não o bastante para se sentir incomodada
o frescor do papel sob as mãos
a emoção
os ruídos, o cheiro
num papel que fosse grama
onde pudesse correr, beber, respirar
onde a caneta abrisse caminho
e usasse sempre azul
chegar bem perto da palavra
e depois vê-la correndo na multidão
continuando a ser um desejo
depois
querer voltar e não saber como
sedentas por passado
se sentarem de camiseta sem manga
quase uma tarde toda
e as lembranças serem tão marcantes
que terão que levá-las de seus rostos
jamais serem apagadas como uma lousa
e voce, se sentir tocado
como se fosse seu filho
envolver seus braços nela
até o poema ser só um brilho
em seus olhos...
Vania Lopez