O Ato mais Triste...

Em uma vertigem noturna,

Avistei a mais triste Beleza e por entre o céu uma vasta imagem,

Dois Amantes nus,

Um corpo enfraquecido tateia,

O outro em desespero o cinge.

Gritos anseiam – não seja verdade.

Suavemente padece,

Em seu colo dissipado,

O alvo Amor – sua amada mulher...

O esmo cúmplice,

Onde os jardins choram,

As cores se apagam e vento ecoa seu grito...

Lágrimas e sangue,

Vida e morte,

Desejo e ineficácia,

Agoniza-se em dor.

Em um riso amargo,

O ser amado – dissimulou-se feliz,

E não mais reluz.

O dedo toca-lhe a face,

E entre o ouvido – murmura ao amado:

...Amo-te...

Na paisagem silente, um corpo fenece, ambas “almas” morrem... Jaz a amante mulher,

O amado com seu anjo nos braços,

Nada pode fazer,

Asfixiado sentido, frígido horror,

O homem urra,

Frente a Morte a lhe sorrir,

Ao som de sua lamentação,

Retorno de minha vertigem e ouço no vagar,

O mais odiado sentido, a mais atroz das Verdades...

A Morte reina sobre o Amor,

Faz do corpo – ausência,

Da “alma” – fenda,

E nem o mais louco Amante,

Tem clemência ou absolvição...

Diego Martins
Enviado por Diego Martins em 02/08/2010
Código do texto: T2414620
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